sábado, 14 de janeiro de 2012

O que me faz sorrir


Eu esperei. Esperei muito tempo para encontrar alguém como você. Antes, eram só aqueles que me machucavam e iam embora. Aqueles que destruíam meu coração em pedaços. Demorou em juntar os pedaços... Mas com você sinto que nunca mais vou ter que fazer isso. É chato ficar falando a mesma coisa sempre, porém não me canso de repetir que você é um anjo para mim. Um anjo que entrou em minha vida e começou a me mudar. Uma mudança boa, confortável e admirável. Só o que eu tenho pensado desde que você apareceu, é em você. Tudo me faz pensar em você. No modo doce como você fala comigo, e do seu jeito bobo apaixonado. Nossas brincadeiras que me fazem dar gargalhada sozinha aqui em meu quarto. Qualquer coisa que você fala deixa-me arrepiada. Quando eu respondo, um nervosismo surge de repente em minha barriga... Alguns dizem que é isso o amor... Se for isso, eu vou aceitar, pois mesmo ficando nervosa, sempre fico feliz com você. Fica sempre comigo, por favor. Quero você aqui do meu lado, na minha cama, com o corpo colado no meu, só quero você. Para sempre pode ser tempo demais, então eu quero você até quanto tempo der. Torcer para que seja tempo suficiente... Esse é o meu jeitinho de te amar.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

"Só queria estar aí com você"


Ele: Diz que me ama.
Ela: Eu te amo.
Ele: Obrigado.
Ela: Pelo o quê?
Ele: Agora vou poder dormir feliz.
Ela: Só porque eu disse que te amo?
Ele: Sim, e não é só. Isso é muita coisa. Porque você é a razão de eu conseguir fechar os olhos todas as noites e ter sonhos maravilhosos com seu sorriso e com seu beijo.
Ela: Como sabe como é o meu beijo se estamos tão longe?
Ele: Eu tento imaginar de acordo com o que conheço de você.
Ela: E como ele seria?
Ele: Começaria devagar e suave, pelo seu jeito meigo, suas mãos iriam para o meu rosto e o acariciaria depois sua língua invadiria minha boca e você puxaria o meu rosto para mais perto do seu, o beijo ficaria mais urgente, como se tudo no mundo dependesse daquele beijo, por fim você morderia devagar meu lábio e o selaria.
(Silêncio)
Ele: Você está aí?
Ela: Sim, mas queria não estar. Só queria estar aí do seu lado. 

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Marcas (des)necessárias


13 de Maio de 2009
Era como se nada mais fizesse sentido. Não tinha como esquecer o acontecido, havia marcas. Marcas que representavam as minhas dores, marcas de como meu pai realmente era.
Desde pequeno eu era diferente. Gostava de coisas que os outros meninos não gostavam, sempre ficava brincando com as meninas. Implicavam comigo, mas eu não ligava, afinal eu era apenas criança. Isso não mudou. Ao contrário do que pensam que quando se torna adolescente tudo muda e as brincadeiras de criança ficam para trás, não aconteceu comigo. Tudo ficou pior. Muito pior, até mais dolorido pode se dizer.
Com o tempo fui descobrindo quem eu realmente era. E assim descobri também quem meu pai realmente era, e o que descobri não foi bom. Quando disse que era diferente, não quis dizer que eu tinha problemas ou algo do gênero. Para alguns isso poderia até ser chamado de doença, mas para mim era apenas quem eu era. Homossexual.
Para quem não sabe isso significa que eu gosto de pessoas do mesmo sexo que eu, homens. Por morar somente com meu pai foi mais difícil conviver com essa realidade, porque ele praticamente me obrigava a ser o que eu não era. Sempre me questionava sobre namoros e garotas, eu acabava fugindo do assunto. Porém isso não adiantou para que as coisas seguissem da maneira certa.
Um belo dia ele me viu conversando com um dos meus amigos, gay. Não foi uma cena muito agradável, pois ele não foi simpático e depois no carro falou demais sobre o que achava desse tipo de amizade para mim. Foi o cúmulo. Chegamos a minha casa ainda brigando e eu não aguentei e soltei a bomba.
Gritei dizendo que eu era homossexual e que ele não poderia fazer nada para mudar aquilo, teria que me aceitar como eu era. Primeira reação, choque. Depois pavor, dor e raiva. Depois desse dia minha vida só piorou. Além de ser completamente ignorado pelo meu pai eu ainda era violentado. Violentado por uma pessoa que eu não considerava mais da minha família.
Um dia perguntei o porquê de ele me bater tanto, ele respondeu que era para eu me tornar homem de verdade. Chorei. Mais dor.
Todos os dias era a mesma coisa. Eu chegava do colégio e era recebido com mais e mais pancadas de tudo que era jeito. Ele começava me dando socos nos braços, nas costas, no rosto e depois me batia com o cinto. Eu tentava correr, mas ele jogava o que estivesse pela frente. Como no dia em que eu estava tentando escapar da violência e comecei a correr, ele estava quase me alcançando e escorregou no tapete e jogou o ferro de passar roupas que ficava guardado atrás da porta. Até hoje tenho a marca nas minhas costas. Quando passo a mão ainda sinto a dor que senti naquele momento.
Meu pai sentia mais raiva quando percebia que eu não estava mudando e sentia mais dor e desprezo pela pessoa que um dia eu chamei de PAI. Eu sempre me perguntava quando aquilo tudo acabaria e sofria mais. Comecei a cogitar em fugir de casa ou até mesmo de me matar. Eu arrumava as minhas coisas, esperava meu pai dormir e escapava pela janela, porém acabava voltando durante o dia. Não sabia como era o mundo lá fora, não sabia como me virar sozinho e o que mais eu temia: não sabia como as pessoas reagiriam em relação à minha opção sexual. 
Não conseguia me matar, tinha medo. Por mais que eu pensasse que seria um alivio para o meu pai, não conseguia me matar. Era como se uma parte de mim ainda tivesse esperanças de que ele mudasse e me apoiasse pelo que sou. Enquanto isso eu vou vivendo nas esperanças. Quem sabe uma luz ainda possa iluminar essa escuridão de dor em que estou vivendo.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Viagem do amor

Como todo o dia estava ansiosa para chegar logo em casa. Ansiosa para chegar a hora de ir para cama. Deitar, fechar os olhos e sentir o silencio. Sentir meu corpo ir para outro lugar, um lugar melhor onde eu sempre o encontrava. Lugar tranquilo, sereno e repleto de amor. Um amor que eu estava necessitando a cada dia mais.
Naquele dia foi diferente. Ele não estava lá de inicio, demorou algum tempo até eu encontrá-lo e finalmente quando o avistei lá no alto do campo, meu coração pulou. Senti seus olhos em mim e corri para seus braços. Só respirei quando cheguei perto e o abracei.
“Você demorou.” Ele sussurrou no meu ouvido. Senti minha respiração ofegante tremer nossos corpos e o abracei mais forte. Senti seu lábio percorrer meu pescoço, minha bochecha e finalmente encontrarem os meus. Arrepiei-me com o toque gelado de suas mãos no meu rosto. Deixei-me levar por alguns minutos em seus beijos.
Como eu gostava de passar aquele tempo com ele. Sentia que nada no mundo era mais importante que aquele momento. O momento que fazia com que eu fosse trabalhar,comer e sair de casa. O momento mais especial do dia.
Vimos o por do sol juntos e contei a ele o meu dia. Não havia muito que contar, já que todo o dia vivia em uma rotina continua desde o acidente. Ele sorria, perguntei do que ele achava graça, mas ele apenas me beijou. “Eu te amo” o ouvi dizer. Nossas testas estavam unidas, sorri e uma lágrima escorreu de meus olhos.
“Sinto sua falta...” disse com a voz fraca, engolindo o choro que estava preso na minha garganta. Ele não respondeu apenas me abraçou e me aconchegou em seu colo. Permanecemos em silencio até o meu tempo se esgotar e minha vida monótona continuar.
Todos os dias viajo por dimensões para encontrá-lo. O dia mais especial do meu dia era a hora que eu dormia e sonhava com ele, meu único amor.  Clichê ou não é como dizem, o amor é sempre mais forte. E é o amor que me permite fechar os olhos todas as noites e sorrir. Sorrir pelo menos um momento do meu dia, pois essa é a viagem que vale a pena. A viagem para encontrar de novo o meu amor. 

sábado, 8 de outubro de 2011

Love Will Show You Everything

E se você tivesse a chance de mudar um dia da sua vida? Que dia escolheria? Eu escolhia o dia que conheci você. Não, não sou essa pessoa tão ruim quanto pareço ao dizer isso. Apenas estou fazendo a coisa certa, acredite em mim.
Lá estava eu tomando meu café na padaria mais famosa do quarteirão e que por coincidência fica quase ao lado do meu trabalho. Estava perdido pensando nos milhões de trabalhos a serem feitos que estavam esperando por mim no meu escritório,quando de repente ela atravessa a porta da padaria com o sorriso mais lindo que já vi. Um sorriso cheio de alegria e emoção. Parecia feliz...
Acho que além de feliz também estava viajando porque acabou tropeçando numa cadeira e quase caiu em cima do homem que estava tomando seu café na mesa. Sorri, combinava com sua aparência ser distraída. Ela tinha cabelos castanhos que caiam perfeitamente sobre seus ombros nus, estava com uma roupa que deixava seu ombro a mostra. Seus olhos transmitiam serenidade e amor.
Nunca havia reparado tanto em uma mulher, mas essa me chamou bastante atenção e foi como se eu a lê-se. Deixei meu café de lado e levantei para segui-la. Ela sentou em uma mesa perto da janela de vista para a rua. Sentei-me à mesa ao lado e tentei pensar em um modo de puxar assunto. Como se tudo fosse coisa do destino ela havia tirado da bolsa um dos livros que eu tinha lido mais recentemente.
— Achei o final desse livro surpreendente. — Falei olhando para o livro e evitando olhar nos seus olhos só para parecer interessado no livro. Senti seu olhar em mim.
— Eu estou gostando bastante desse livro. Espero mesmo chegar ao final e não me decepcionar. — Ela falou rindo um pouco. Deu para ver bem de perto suas covinhas. A fitei por um instante e sorri.
Esse foi o começo de um grande dia. Um dos melhores da minha vida, para ser mais exato. Conversamos sobre tudo um pouco. Andamos por Chicago e no final da tarde paramos em um banco de uma praça para ver o por do sol.
— Tenho que confessar uma coisa. —  Ela disse com a voz baixa e olhando para longe.
— Confesse. — Disse a olhando e totalmente interessado em saber o que ela iria falar. Como sempre ficava quando ela abria a boca e falava alguma palavra.
— Gostei demais de te conhecer. — Ela finalmente me olhou.
— Eu também, demais. — Inclinei um pouco mais para frente e vi que ela já tinha fechado os olhos e entreaberto a boca. Com certeza eu iria beijá-la.
Doce, viciante, assim era o beijo dela. Tudo estava em sincronia quando nos beijávamos, até a nossa respiração. O modo como ela acariciava meu rosto era relaxante e me fazia sentir somente dela.
Havia se passado bastante tempo depois de que tivemos nosso primeiro beijo, e ela disse que tinha que ir. Disse que a acompanharia pelo menos até um táxi. Andamos de mãos dadas pelas ruas e a cada alguns passos nos beijávamos. Adorava o fato de ela sorrir ao me beijar.
Infelizmente o táxi chegou cedo demais e eu tive que me despedir dela. Combinamos de nos ligar e nos beijamos pela ultima vez. Um beijo de despedida. Mas eu nunca esperava que seria tão literal esse sentido de despedida.
O que aconteceu a seguir foi o seguinte, enquanto eu me virava e caminhava em direção do metrô um acidente aconteceu. Um acidente envolvendo um táxi e um ônibus desgovernado. O táxi em que a minha doce donzela ia para sua casa. Não sabia desse acidente até chegar no meu apartamento. Quando vi passando seu nome na televisão e dizendo que ela havia falecido, meu mundo parou.
Tentei raciocinar um pouco e decidi não me influenciar pelas coisas que passavam na televisão, afinal nem tudo era verdade, certo? Corri o mais rápido que pude para o hospital que ela havia sido levada, por sorte era um mais ou menos perto de onde eu estava.
Mal conseguia enxergar com as lágrimas que caiam dos meus olhos. Como isso podia ter acontecido? Será que a vida era assim tão injusta? Por que justo comigo?
Cheguei ofegante no hospital e procurei manter a calma para pedir informações corretas para as enfermeiras. A enfermeira baixa de cabelos loiros pareceu me deu um olhar triste ao me ouvir dizer o nome de quem eu procurava. Era verdade. Eu a havia perdido.
Olhei em volta do hospital e vi uma família chorando no canto. Poderia ser a família de Marie, mas eu não podia ao menos dar minhas condolências, afinal eu não era nada dela. Saí me sentindo um nada.
Gostaria de ter apenas um desejo meu realizado. Nada de dinheiro, poder ou algo desse tipo. Queria apenas o amor de volta. O meu coração. De algum modo Marie conseguiu me conquistar de um jeito inexplicável e o meu coração dói em pensar que nunca mais vou poder vê-la sorrindo.
Se você pudesse escolher um dia da sua vida para mudar, qual seria? O meu seria não conhecer Marie naquele dia. Quem sabe aquilo foi só algum terrível acidente do destino. Eu apenas sinto que ficaríamos juntos. Sinto com toda a minha alma. O que aconteceria se todo esse acidente não tivesse acontecido? Nós casaríamos? Teríamos filhos? Nunca vou saber, mas isso não me impede de imaginar. Imaginar como seria minha vida com ela. O amor o mostrará tudo.


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O baile

Nunca vou me esquecer daquele baile de formatura. Pessoas dançando ao som de músicas animadas e lentas. Tudo cheio de enfeites conforme o tema dado que era baile de máscaras e pessoas com seus devidos trajes. Assim que desci pela escadaria fiquei parada no enorme salão tentando encontrar alguém conhecido. Mas a verdade é que só uma pessoa me interessava, ele. Estava quase impossível achar alguém no meio daquela multidão de pessoas mascaradas.
Rodei o grande salão segurando meu longo vestido azul turquesa. Parei em frente à mesa de bebidas e tomei um ponche. Distraída não percebo alguém chegando atrás de mim e logo falando com uma voz profunda e doce bem perto do meu ouvido, o que me fez arrepiar da cabeça aos pés. O jovem cavalheiro, o meu cavalheiro, me convidou para uma dança lenta.
Peguei sua mão e fomos até o centro do salão. As luzes ficaram concentradas bem no meio da pista onde estávamos. Ele começou a me conduzir ao som da música. Continuava a olhar fixo para seus olhos verdes. Estava hipnotizada com tamanha beleza. Não acreditava que aquele ser tão perfeito estava dançando na frente de todos comigo, uma ninguém.
Dançamos em silêncio e só havia o contato dos nossos olhares intensos. Nada precisava ser dito naquele momento. Desviei o olhar dos seus olhos e percorri sua roupa, um elegante smoking e um botão de flor amarela pendurado em sua roupa. Sorri, aquele havia sido o nosso sinal para podermos nos identificar.  O meu tinha sido a cor do meu vestido. A maioria das meninas usavam um vestido preto ou branco, mas nenhum azul.
Tudo o que é bom acaba durando pouco e ao som do relógio marcando meia noite meu cavalheiro beijou minha mão e me deixou sozinha na pista de dança. O olhei indo embora e me senti abandonada. Será que ele iria falar comigo depois que terminasse essa baboseira de baile e todos voltarem a serem estudantes normais? Provavelmente não, já que eu não havia tirado a máscara nenhum momento.
Tiro a minha máscara e a deixo cair no chão. Quando olho ao meu redor vejo várias expressões de choque e confusão. Aposto que estariam pensando o que o cara mais popular da escola estava fazendo ao dançar comigo. Com certeza um choque para todos. Algumas pessoas podem mudar não é?
Com o coração a mil por hora desci as escadas e me dirigi a um táxi que estava a minha espera. Só o tempo poderá me dizer se essa mudança poderia ser para melhor ou não. Mas se não forem para melhor,com certeza vou lembrar dessa noite para sempre.  




quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Encontro de sorrisos.

20h40 min. Ele estava atrasado. Como sempre eu chegava primeiro aos nossos encontros e ficava esperando. Sempre dizia que iria dar uma bronca quando ele chegasse, ou que iria ficar séria e não falar mais nada a noite inteira. Porém não conseguia ao vê-lo sorrindo do outro lado da rua, correndo com um buque ou uma caixa de chocolate. Ele já previa minhas “brigas” e sempre trazia alguma coisa para aliviar meu estresse.
Sorriso. Ou melhor, o seu sorriso... Era uma coisa inexplicável. Sabe quando seu coração acelera de repente, escuta passarinhos cantando e seu estomago enche de borboletas? Sinto isso quando o vejo sorrindo. A minha vontade é congelar aquele momento para sempre.
Mas aí não iria aproveitar as coisas que vem depois desse sorriso encantador, o beijo. Ah, o beijo... Outra coisa de outro mundo. O melhor remédio do mundo, a união de beijo, sorriso e amor.
Assim como eu que tenho um sorriso que me cura, aposto que todos também têm um. Ou pelo menos ainda vão ter. Na hora certa você irá saber, afinal nessa doença que é o amor existe todos os sintomas.