sábado, 8 de outubro de 2011

Love Will Show You Everything

E se você tivesse a chance de mudar um dia da sua vida? Que dia escolheria? Eu escolhia o dia que conheci você. Não, não sou essa pessoa tão ruim quanto pareço ao dizer isso. Apenas estou fazendo a coisa certa, acredite em mim.
Lá estava eu tomando meu café na padaria mais famosa do quarteirão e que por coincidência fica quase ao lado do meu trabalho. Estava perdido pensando nos milhões de trabalhos a serem feitos que estavam esperando por mim no meu escritório,quando de repente ela atravessa a porta da padaria com o sorriso mais lindo que já vi. Um sorriso cheio de alegria e emoção. Parecia feliz...
Acho que além de feliz também estava viajando porque acabou tropeçando numa cadeira e quase caiu em cima do homem que estava tomando seu café na mesa. Sorri, combinava com sua aparência ser distraída. Ela tinha cabelos castanhos que caiam perfeitamente sobre seus ombros nus, estava com uma roupa que deixava seu ombro a mostra. Seus olhos transmitiam serenidade e amor.
Nunca havia reparado tanto em uma mulher, mas essa me chamou bastante atenção e foi como se eu a lê-se. Deixei meu café de lado e levantei para segui-la. Ela sentou em uma mesa perto da janela de vista para a rua. Sentei-me à mesa ao lado e tentei pensar em um modo de puxar assunto. Como se tudo fosse coisa do destino ela havia tirado da bolsa um dos livros que eu tinha lido mais recentemente.
— Achei o final desse livro surpreendente. — Falei olhando para o livro e evitando olhar nos seus olhos só para parecer interessado no livro. Senti seu olhar em mim.
— Eu estou gostando bastante desse livro. Espero mesmo chegar ao final e não me decepcionar. — Ela falou rindo um pouco. Deu para ver bem de perto suas covinhas. A fitei por um instante e sorri.
Esse foi o começo de um grande dia. Um dos melhores da minha vida, para ser mais exato. Conversamos sobre tudo um pouco. Andamos por Chicago e no final da tarde paramos em um banco de uma praça para ver o por do sol.
— Tenho que confessar uma coisa. —  Ela disse com a voz baixa e olhando para longe.
— Confesse. — Disse a olhando e totalmente interessado em saber o que ela iria falar. Como sempre ficava quando ela abria a boca e falava alguma palavra.
— Gostei demais de te conhecer. — Ela finalmente me olhou.
— Eu também, demais. — Inclinei um pouco mais para frente e vi que ela já tinha fechado os olhos e entreaberto a boca. Com certeza eu iria beijá-la.
Doce, viciante, assim era o beijo dela. Tudo estava em sincronia quando nos beijávamos, até a nossa respiração. O modo como ela acariciava meu rosto era relaxante e me fazia sentir somente dela.
Havia se passado bastante tempo depois de que tivemos nosso primeiro beijo, e ela disse que tinha que ir. Disse que a acompanharia pelo menos até um táxi. Andamos de mãos dadas pelas ruas e a cada alguns passos nos beijávamos. Adorava o fato de ela sorrir ao me beijar.
Infelizmente o táxi chegou cedo demais e eu tive que me despedir dela. Combinamos de nos ligar e nos beijamos pela ultima vez. Um beijo de despedida. Mas eu nunca esperava que seria tão literal esse sentido de despedida.
O que aconteceu a seguir foi o seguinte, enquanto eu me virava e caminhava em direção do metrô um acidente aconteceu. Um acidente envolvendo um táxi e um ônibus desgovernado. O táxi em que a minha doce donzela ia para sua casa. Não sabia desse acidente até chegar no meu apartamento. Quando vi passando seu nome na televisão e dizendo que ela havia falecido, meu mundo parou.
Tentei raciocinar um pouco e decidi não me influenciar pelas coisas que passavam na televisão, afinal nem tudo era verdade, certo? Corri o mais rápido que pude para o hospital que ela havia sido levada, por sorte era um mais ou menos perto de onde eu estava.
Mal conseguia enxergar com as lágrimas que caiam dos meus olhos. Como isso podia ter acontecido? Será que a vida era assim tão injusta? Por que justo comigo?
Cheguei ofegante no hospital e procurei manter a calma para pedir informações corretas para as enfermeiras. A enfermeira baixa de cabelos loiros pareceu me deu um olhar triste ao me ouvir dizer o nome de quem eu procurava. Era verdade. Eu a havia perdido.
Olhei em volta do hospital e vi uma família chorando no canto. Poderia ser a família de Marie, mas eu não podia ao menos dar minhas condolências, afinal eu não era nada dela. Saí me sentindo um nada.
Gostaria de ter apenas um desejo meu realizado. Nada de dinheiro, poder ou algo desse tipo. Queria apenas o amor de volta. O meu coração. De algum modo Marie conseguiu me conquistar de um jeito inexplicável e o meu coração dói em pensar que nunca mais vou poder vê-la sorrindo.
Se você pudesse escolher um dia da sua vida para mudar, qual seria? O meu seria não conhecer Marie naquele dia. Quem sabe aquilo foi só algum terrível acidente do destino. Eu apenas sinto que ficaríamos juntos. Sinto com toda a minha alma. O que aconteceria se todo esse acidente não tivesse acontecido? Nós casaríamos? Teríamos filhos? Nunca vou saber, mas isso não me impede de imaginar. Imaginar como seria minha vida com ela. O amor o mostrará tudo.


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