quarta-feira, 25 de maio de 2011

Carta de uma suicida.

De: Uma Suicida
Para: Seu amor. 

Querido Sebastian,
Lembro como se fosse hoje do tempo em que tudo entre nós aconteceu. Lembro de como nossa vida mudou e a “culpa” disso foi um sentimento estranho que surgiu dentro de nós. Naquele tempo eu não achava que tudo isso poderia acontecer. Não imaginava que esse sentimento fosse verdade. Eu não acreditava em nada sem ver. E provei para todos que é real. Amar é real.
Atualmente vejo as cartas que você escrevia para mim e me recordo das que eu escrevia para você. Relembro também dos nossos momentos juntos. Parecia que nunca iria acabar e que vivíamos em mundo em que só enxergávamos um ao outro.
Todavia, a guerra chegou e com ela você foi embora. Você iria servir para o exercito e isso me deixava triste e orgulhosa ao mesmo tempo. Triste porque iria te deixar, e isso seria como se uma parte de mim também fosse embora. Por outro lado ficaria orgulhosa por você ir servir ao país.
Nós fizemos uma promessa. Uma promessa de que enfrentaríamos todas as dificuldades juntos. Um ajudaria o outro por meio de palavras, palavras que estariam escritas nas cartas. Você disse que nessas palavras teria que estar tudo o que estávamos sentindo, tudo mesmo. Todas as lágrimas de saudades que derramamos,todos os sorrisos e alegrias que vivemos.
Finalmente quando chega à hora de contar da nossa despedida. Nós não queríamos que um soubesse o quanto o outro estava triste pela distancia que teríamos um do outro. Mas percebi ao longo do tempo com suas cartas que você não demonstrou tudo o que estava sentindo nesse momento. Foi horrível para mim. Senti dor, uma dor muito grande no peito. Meu coração estava sendo arrancado e levado com você.
O seu voo partiria em cinco minutos e você ainda estava ali comigo, somente nos olhávamos. Não conseguíamos dizer nada. Palavras eram insuficientes naquele momento. Um beijo bastou. Um beijo com sabor de despedida. Sabor já de saudade.
Aquele momento no aeroporto foi o ultimo dia em que te vi. O resto dos meses que ficamos nos comunicando foi por meio de cartas que demoravam muito até serem entregues. Foram longas noites sem você por perto. Sem saber se eu acordaria no dia seguinte e saberia se você estaria vivo ou não.  Foram meses difíceis.
Não consigo imaginar que nunca mais poderei ter tudo isso de novo. Todas as lembranças boas que tive com você, nunca poderão acontecer novamente. Só de pensar que aquele dia no aeroporto foi uma despedida oficial e que não adianta esperar mais meses até você voltar da guerra eu já começo a chorar. Cada lágrima é uma palavra de sofrimento que estou colocando para fora neste momento. Cada palavra nessa carta, que você não lerá, mas ouvirá daí onde você estiver, representa o meu amor por você.
Agradeço muito por você ter me feito feliz enquanto ainda estava vivo. Ainda é difícil demais aceitar que você se foi... É estranho, pois agora me sinto vazia. Sinto-me ainda mais vazia agora do que quando te deixei partir para guerra. Agora é como se o meu coração não existisse mais.
Por isso, nessa carta, eu me despeço de você e do mundo. Não existem razões para eu continuar vivendo nesse mundo sem você. Você era a razão pela qual eu acordava todos os dias. E como um vento que passou, você se foi.  Lembre-se querido que eu te amei demais, nunca duvide disso.
Da sua, somente, Sara.

                    “Como eu posso viver sem aqueles que eu amo?”
                                          - Avenged Sevenfold

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